Certificados de aforro ou depósitos a prazo? Qual escolher?

Se tem algum dinheiro para rentabilizar, pode recorrer aos certificados de aforro ou aos depósitos a prazo. Saiba qual o produto com melhor retorno financeiro.
18 Mai, 2023
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Actualização: 7 Mai, 2024
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O atual contexto económico português, “obriga” a que os portugueses e as famílias procurem soluções de rentabilidade mais eficazes para as suas poupanças, e assim tentarem fazer frente ao aumento desmesurado dos preços da alimentação, serviços, produtos, encargos financeiros, entre outros. Esses aumentos são a consequência direta da inflação, e nesse sentido, ter algum dinheiro de parte, é uma estratégia na mira de muitos portugueses e das famílias. Para tal, valem-se de alguns produtos de poupança mais populares, como os depósitos a prazo ou certificados de aforro.

Na hora de recorrer a um produto de poupança, há dois fatores fundamentais que as famílias levam em consideração. O primeiro, tem que ver com o retorno financeiro que oferece, e o segundo, qual o risco associado com esse produto de poupança. Em Portugal o produto de poupança mais popular ao longo dos tempos, tem sido os depósitos a prazo. No entanto, um outro produto de poupança, os certificados de aforro, está a conquistar cada vez mais adeptos e famílias. Poderá saber todos os detalhes acerca dos certificados de aforro clicando neste guia.

Certificados de aforro com uma taxa mais elevada

Os certificados de aforro são produtos de poupança que oferecem um risco quase nulo, ainda que em teoria esse risco possa existir na prática. Para tal, o Estado Português teria que falir, o que será uma possibilidade um pouco mais remota que uma potencial falência de um banco, enquanto instituição financeira privada.

Os certificados de aforro são mais rentáveis que os depósitos a prazo na sua generalidade e a sua taxa-base bruta pode chegar aos 3,5%. O valor máximo de 3,5% é o que está regulado por lei. Até à data, a principal vantagem dos certificados de aforro, é que os juros são calculados mensalmente com base na média da Euribor a três meses. Desse modo, a taxa varia consoante a evolução da Euribor. Apesar disso, há uma nuance muito importante a ter em mente: mesmo que a taxa da Euribor continue a subir, a taxa-base dos certificados de aforro não poderá subir além dos 3,5 % definido por lei.

Tendo em conta a taxa mais elevada oferecida pelos certificados de aforro, acaba por ser natural que exista uma corrida cada vez mais acentuada a este produto de poupança. No primeiro trimestre de 2023, os bancos viram escapar dos seus cofres 7,6 milhões de euros em depósitos das famílias portuguesas. Os bancos estão atentos a este fenómeno, e de forma a não perderem os seus clientes dos depósitos a prazo, é expectável que nos próximos tempos as remunerações dos depósitos a prazo se aproximem ou até superem as taxas oferecidas pelos certificados de aforro. Por enquanto, tal ainda não acontece, e à data desta publicação, os certificados de aforro ainda são a aplicação de poupança com o capital garantido mais rentável do mercado.

Outra vantagem oferecida pelos certificados de aforro é uma taxa extra de 0,5 ou de 1% para juntar à taxa-base máxima de 3,5%. Pode-se chamar a esta taxa extra de prémio de permanência, isto é, a partir do segundo ano, uma taxa extra de 0,5% é acrescida à taxa-base e depois do sexto ano até ao décimo ano, essa taxa extra de prémio de permanência é de 1%. Isso significa que na prática e na melhor das hipóteses, a remuneração dos certificados de aforro pode chegar aos 4,5% brutos. Outra nota a reter acerca dos certificados de aforro, é que eles não são transmissíveis para outras pessoas, como familiares ou amigos. A única exceção é no caso da morte do titular dos certificados.

Por fim, nos certificados de aforro não há custos associados à subscrição, manutenção ou levantamento. Ainda assim, e à semelhança dos depósitos a prazo, os juros obtidos através dos certificados de aforro estão sujeitos a IRS, a uma taxa liberatória de 28%, sendo feita a devida retenção de imposto na fonte. Ou seja, a instituição financeira é obrigada a reter o valor do imposto, entregar ao Estado e o valor já é depositado na conta do subscritor livre de impostos. Importa referir que os montantes aos quais tenha sido aplicada esta taxa liberatória geralmente não necessitam de ser englobados na declaração anual de IRS, pelo que este imposto tem habitualmente cariz definitivo.

Depósitos a prazo têm aumentado as taxas de juro

Os depósitos a prazo são o modelo mais clássico de poupança utilizado pelos portugueses. A principal vantagem dos depósitos a prazo, é estarem protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos até 100 mil euros por depositante, concedendo uma segurança adicional, em caso do banco ir à falência. Longínquos são os tempos em que a banca portuguesa chegou a pagar taxas bem generosas a titulares portugueses de depósitos a prazo. Existiram casos em que titulares portugueses chegaram a receber uma taxa de juro de cerca de 13% das suas poupanças.

Para alguns emigrantes, a taxa de juro chegou a uns absurdos 30%, uma realidade de outrora, mas inimaginável nos dias correntes. Talvez tenha sido este fenómeno de há umas décadas, que levou à popularidade dos depósitos a prazo por parte dos portugueses. Apesar disso, e à medida que os anos foram passando, a banca reduziu drasticamente as suas taxas de juro para os depósitos a prazo, e atualmente a taxa de juros para este tipo de depósitos rende em média apenas 0,1%.

Mas como supracitado, muitos subscritores/titulares deste modelo estão a migrar para soluções como os certificados de aforro, e com esta realidade em mente, os bancos não querem correr o risco de perder mais clientes de depósitos a prazo, e gradualmente apresentam soluções com taxas um pouco mais generosas. Instituições financeiras nacionais de grande relevo, já começaram a alterar os seus preçários e a subir as taxas de juros. A principal tendência dos bancos, tem sido o lançamento de novos depósitos com taxas maiores, mas com uma característica em comum, a incapacidade do subscritor ou titular não poder movimentar as poupanças.

Caso surjam melhores propostas no mercado, o titular fica impedido de movimentar ou migrar as suas poupanças para outras propostas mais interessantes. Na prática, isso significa que os titulares de depósitos a prazo, só recebem os juros se mantiverem o acordo previamente contratado. Seria sensato analisar bem quando precisará do dinheiro e fazer o depósito a prazo somente para o período contratado. Caso contrário, a perda do valor dos juros é inevitável.

Por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos tem no seu portfólio ofertas de depósitos a prazo às quais não podem ser resgatados antes do seu vencimento. Além disso, as melhores taxas estão disponíveis apenas para clientes com contas mais avultadas. A oferta básica desse tipo de depósitos a prazo apenas rende 0,1%. Um segundo exemplo vem do banco Santander que tem uma opção chamada Depósito a Prazo Não Mobilizável 18 Meses, que exige um montante mínimo de 50 mil euros e que rende uma taxa de juro anual bruta de 1,75%. O banco BPI tem disponível cinco novos depósitos, mas quatro deles não são mobilizáveis. Já o Montepio, criou uma conta Poupança 24 Meses à qual tem uma taxa de 2,5%, mas que exige um valor mínimo de 25 mil euros e também não permite mobilização antecipada.

No que à banca online diz respeito, a melhor taxa é oferecida pelo Banco BNI Europa que oferece até 3,40% de taxa bruta, mas que apenas é válida para depósitos de 2 500 € a cinco anos e também não é mobilizável. Há outras ofertas com menos tempo, no entanto, a taxa também é mais baixa. Apesar do Banco BNI Europa oferecer a melhor taxa do mercado, fazer um depósito não mobilizável a 3,40% no prazo de cinco anos, pode não ser o melhor negócio, pelo menos em teoria. As taxas de juros da banca portuguesa deverão subir um pouco mais nos próximos meses face à oferta atual e é provável que no futuro a curto, médio prazo surjam soluções que ultrapassem esse valor.

Qual escolher neste momento?

Uma coisa é certa, com a corrida aos certificados de aforro, os bancos terão de se mexer ainda mais e continuar a subir as suas taxas de juro nos depósitos a prazo nos próximos tempos se quiserem manter a sua base de clientes consolidada. O ponto principal é a poupança e o retorno financeiro dos depósitos a prazo dos titulares das contas. Seja como for, qualquer que seja a escolha, a poupança e o retorno estão assegurados, seja nos depósitos a prazo ou seja nos certificados de aforro. Contudo, até a este momento, os certificados de aforro são bem mais interessantes que os melhores depósitos a prazo existentes na banca tradicional e até na banca online. Além de oferecerem uma taxa de retorno mais generosa, também oferecem um risco menor quando comparados com a banca privada.

Como nota final, seja qual for a decisão dos titulares, é recomendado que procurem informações mais orientadas e específicas por parte das entidades bancárias, sejam as que proporcionam os certificados de aforro como o Banco CTT, ou as que proporcionem os depósitos a prazo, a banca em geral.

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João Neves
Com cinco anos de experiência em investimentos, decidi que era altura de poder partilhar os conhecimentos e experiência que adquiri nas áreas da bolsa de valores, das criptomoedas, do mercado forex, dos produtos financeiros e até do mercado imobiliário.