O mercado de criptomoedas é conhecido pela sua volatilidade e pela oscilação do preço das moedas digitais, que podem ser tanto lucrativas quanto devastadoras para os seus investidores. Em alguns momentos, este mercado alcança valores históricos que se traduzem na geração de riqueza para muitas pessoas. Contudo, noutros momentos, o cenário torna-se mais sombrio, com quedas repentinas e drásticas que deixam os compradores perplexos e inseguros quanto ao futuro dos seus investimentos.
Tendo em conta situações como as que já sucederam no passado, iremos mencionar as principais causas que podem levar a um crash no mercado de criptomoedas e elencar os motivos por trás das quedas significativas no valor destes ativos.
Que fatores podem desencadear um crash no mercado de criptomoedas?
Existem vários fatores que podem desencadear um crash no mercado de criptomoedas. Destacamos os principais:
1. Escrutínio regulatório
As criptomoedas operam num sistema descentralizado baseado na tecnologia blockchain, em grande parte fora das políticas monetárias tradicionais. Um aumento repentino no escrutínio regulatório por parte dos governos pode assustar os investidores de criptomoedas e originar a venda massiva dos criptoativos.
2. Ciberataques
O mercado de criptomoedas opera principalmente em plataformas digitais ou através de corretoras especializadas. Qualquer violação de segurança nas maiores exchanges de criptomoedas pode criar pânico entre os investidores e levar a uma queda acentuada do seu valor.
3. Manipulação do mercado
Devido à natureza relativamente jovem e não regulamentada do mercado de criptomoedas, há uma maior probabilidade de existirem atos fraudulentos e manipulações de mercado. Um exemplo disso é o esquema de pump-and-dump, onde indivíduos mal intencionados inflacionam deliberadamente o valor de um ativo através de declarações falsas, resultando posteriormente numa desvalorização abruta desse mesmo ativo.
4. Sentimento dos investidores
Tal como acontece com outras formas de investimento, as criptomoedas estão sujeitas ao sentimento dos investidores. Qualquer notícia desfavorável ou preocupações acerca do destino das moedas digitais têm o potencial de desencadear uma sequência de eventos que culminam numa queda acentuada do mercado.
O que desencadeia a queda do mercado de criptomoedas?
A queda do mercado de criptomoedas pode suceder por diversas razões. Os principais fatores estão relacionados com notícias negativas que moldam as decisões dos investidores, o reforço da regulação, ciberataques a plataformas de criptomoedas ou até mesmo ajustes após períodos onde se verificam ganhos substanciais.
Importa também recordar que o investimento em criptomoedas carrega consigo riscos, levando os investidores a diminuir a exposição a ativos mais voláteis durante incertezas económicas, o que pode impactar o valor das moedas digitais.
As maiores quedas no mercado de criptomoedas
Ao longo da história do mercado de criptomoedas, houve várias quedas significativas que abalaram os investidores. Destacamos cinco momentos:
Dezembro de 2017 a dezembro de 2018
A criptomoeda pioneira, a Bitcoin, atingiu um recorde de quase 20 000 dólares em dezembro de 2017. No entanto, seguiu-se um colapso inesperado que levou a uma desvalorização superior a 80% num período de apenas um ano.
A quinta-feira negra em março de 2020
O pânico gerado pelo início da pandemia de Covid-19 resultou numa súbita queda no mercado de criptomoedas. A 12 de março de 2020, o preço da Bitcoin sofreu uma das maiores quedas de sempre, perdendo quase metade do seu valor.
Maio de 2021
O anúncio de Elon Musk, o magnata por trás da Tesla, de que a empresa não aceitaria mais pagamentos em Bitcoin devido a preocupações ambientais e à repressão da China sobre o comércio de criptomoedas, desencadeou uma notável queda. Esse crash resultou na perda de mais de um bilião de dólares em capitalização de mercado das criptomoedas populares.
Maio de 2022
Tanto a stablecoin terraUSD (UST) como a criptomoeda LUNA, destinada à estabilização de preços, sofreram uma rápida desvalorização, em apenas alguns dias. O crash resultou na extinção dos tokens digitais UST, e nem o LUNA original, renomeado para Luna Classic (LUNC), nem o novo LUNA conseguiram recuperar os valores anteriores.
Novembro de 2022
O token da corretora de criptoativos FTX (FTT) sofreu uma significativa desvalorização após a divulgação das práticas da plataforma. O valor do token, que havia ultrapassado os 20 dólares, caiu para menos de um dólar, após o estalar da polémica. Este declínio no valor do token resultou na insolvência da FTX e teve repercussões no mercado de criptomoedas.
As criptomoedas mais voláteis
Apesar de a volatilidade ser uma característica comum a todas as criptomoedas, há algumas que se destacam pelo seu grau mais elevado:
Bitcoin (BTC)
A pioneira e mais influente criptomoeda do mercado é também uma das mais suscetíveis a flutuações substanciais no preço. A variação do seu valor pode impactar todo o panorama das criptomoedas.
Ethereum (ETH)
Enquadra-se como a segunda maior criptomoeda, mas também é reconhecida pela sua volatilidade. Importa, contudo, salientar que a tecnologia blockchain subjacente à Ethereum, a qual viabiliza contratos inteligentes e o desenvolvimento de aplicações descentralizadas, detém um potencial significativo.
Moedas e tokens com uma menor capitalização de mercado
As criptomoedas com menor capitalização de mercado, incluindo diversas altcoins, cripto tokens e tokens não-fungíveis (NFTs), podem ser extremamente voláteis. Os seus preços podem oscilar de forma acentuada com base no entusiasmo, especulação e sentimento dos investidores.
Embora a volatilidade possa suscitar oportunidades de investimento, ela também é responsável pelo aumento do risco. Nesse sentido, os investidores de criptomoedas devem atuar de forma consciente e informada, ponderando cuidadosamente cada investimento em ativos digitais.