A sigla UCITS (em inglês) significa “Undertakings for Collective Investment in Transferable Securities” ou “Organismos de Investimento Coletivo em Valores Mobiliários”, em português.
Já deves ter reparado que, quando pesquisas um ETF na tua corretora, a sigla UCITS aparece no nome ou junto do nome de um determinado ETF.
Por exemplo, na XTB, tens o ETF VUSA (DE e UK) com a indicação UCITS por baixo do nome:

Isto quer dizer que este ETF cumpre as regras definidas na Directiva 2009/65/EC (UCITS).
Ou seja, para um determinado veículo de investimento “ser” UCITS, deve satisfazer pelo menos dois requisitos base:
- Investir em valores mobiliários (transferable securities) ou outros activos líquidos e operar com base no princípio da diversificação do risco (risk-spreading)
- As “unidades” ou “shares” que os investidores detêm devem poder ser resgatadas ou recompradas pelo fundo, a pedido do investidor, utilizando os próprios ativos do fundo (princípio da liquidez e resgate)
São estes dois requisitos que distinguem um UCITS de outros tipos de fundos (como hedge funds ou fundos fechados sem liquidez diária).
O que a directiva UCITS faz na prática
Esta directiva define as regras comuns que todos os fundos e ETFs europeus têm de seguir para poderem estar disponíveis ao público na UE.
Simplificando
Se compras um ETF UCITS, como o VUSA.DE, estás a investir num produto que:
- Pode ser vendido legalmente a residentes em Portugal, mesmo que esteja domiciliado noutro país da UE
- Foi aprovado por um regulador europeu (exemplo: Banco Central da Irlanda, CSSF do Luxemburgo)
- Segue as regras obrigatórias de diversificação e liquidez
- Tem documentos de transparência padronizados (KID, prospeto, relatórios anuais)
Então e se um ETF não for UCITS
Se um ETF não for UCITS, ele pode:
- Estar domiciliado fora da UE (por exemplo nos EUA)
- Não cumprir as regras de diversificação e liquidez
- Ser proibido de venda a retalho na Europa (pode ter o aviso “professional investors only”)
É por estas razões que, a partir de Portugal, não consegues comprar directamente ETFs dos EUA, como o SPY, o QQQ ou o VOO.
Eles não são UCITS e não cumprem as exigências de informação ao investidor da UE (KID).
Daí o mercado europeu ter versões “UCITS equivalentes”, como:
- iShares Core S&P 500 UCITS ETF em vez do SPY
- ou Vanguard FTSE All-World UCITS ETF em vez do VT americano
Onde compro os meus ETFs
Utilizo a XTB para comprar os meus ETFs. Porquê? A XTB permite-me investir em ETFs com comissão 0 e tem apoio 100% em português (com escritório de representação em Lisboa – no atrium saldanha).
Se também estiveres a pensar usar esta corretora, deixo-te abaixo alguns links úteis.
Referências:
- https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=uriserv%3AOJ.L_.2009.302.01.0032.01.ENG&toc=OJ%3AL%3A2009%3A302%3ATOC
- https://finance.ec.europa.eu/regulation-and-supervision/financial-services-legislation/implementing-and-delegated-acts/undertakings-collective-investment-transferable-securities-directive_en
- https://ec.europa.eu/newsroom/fisma/items/29694/en
- https://www.centralbank.ie/regulation/industry-market-sectors/funds/ucits













