Portugal tem sido uma escolha cada vez mais atraente para os investidores de todo o mundo. Com uma economia em recuperação e crescimento, um ambiente favorável aos negócios e uma localização privilegiada, o país oferece uma ampla gama de oportunidades de investimento.
Neste artigo, serão apresentadas algumas opções que pode considerar se estiver a ponderar investir algum do seu capital. De entre as opções disponíveis, destacaremos os tradicionais Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro ou os investimentos direcionados às start-ups. As opções serão mencionadas por ordem crescente, de acordo com o nível de risco associado, para que possa avaliar até que ponto vale a pena assumir riscos nos seus investimentos.
Investir em depósitos a prazo
Os depósitos a prazo são produtos financeiros de baixo risco que proporcionam algum retorno. Apresentam uma variedade de características, como a possibilidade de subscrever diferentes montantes, efetuar reforços mensais ou as taxas de juro serem mais ou menos apelativas.
Atualmente, a média de um depósito a prazo de cinco mil euros a um ano é de 0,4%, e a melhor taxa oferecida no mercado é de 3% bruta. Isto significa que as suas poupanças irão sempre perder valor, em termos reais, pois todas as remunerações ficam abaixo do crescimento dos preços. Contudo, existem ainda algumas soluções específicas a considerar.
O Banco Best, por exemplo, está a oferecer uma taxa bruta de 3,65% num depósito a três meses como forma de atrair novos clientes. Por sua vez, o Banco BAI Europa disponibiliza um depósito a prazo de seis meses com uma taxa bruta de 3,60%.
Para além desses depósitos a prazo simples, existem outras opções de investimento que podem ser consideradas. Caso opte por depositar noutras moedas, como por exemplo o dólar, poderá encontrar taxas de juro mais interessantes.
No que diz respeito aos depósitos a prazo, é importante destacar ainda a existência dos depósitos complexos, que são produtos financeiros cujo retorno não depende unicamente de uma taxa de juro fixa definida no momento da subscrição.
Neste tipo de depósitos, entram em jogo outros elementos, como índices de bolsa e taxas de câmbio, o que implica um risco maior no investimento, mas, por outro lado, com a possibilidade de obter um retorno mais significativo.
Uma estratégia possível é iniciar o investimento nesses produtos e adicionar regularmente algum dinheiro ao seu depósito a prazo. Dessa forma, se optar por um depósito com uma Taxa Anual Nominal Líquida (TANL) mais competitiva, poderá obter um retorno superior no final do prazo.
Investir em Certificados de Aforro
Os Certificados de Aforro representam títulos de dívida pública emitidos pelo Estado Português, destinados exclusivamente a pessoas singulares. São o produto de capital garantido mais rentável e uma das suas características distintivas é o valor reduzido necessário para a subscrição, que visa encorajar a sua aquisição em pequenas quantidades.
O montante nominal para a subscrição é de um euro, sendo que a quantidade mínima por subscrição é de 100 unidades, enquanto o limite máximo corresponde a 250 mil unidades. O prazo de validade dos Certificados de Aforro é de 10 anos, a contar da data de cada subscrição.
Para as novas subscrições da série F de Certificados de Aforro, estabeleceu-se uma taxa de juro bruta fixa de 2,5%.
Investir em Certificados do Tesouro
Tal como os Certificados de Aforro, os Certificados do Tesouro são produtos da dívida pública. No entanto, diferem em alguns aspetos dos primeiros, nomeadamente nos montantes mínimos para investimento. Aqui tem a possibilidade de investir entre 1000 e 1 000 000 euros por conta.
Outra das diferenças surge ao nível das taxas de juro. Por exemplo, para os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento, a taxa em si é fixa, mas cresce todos os anos, a partir do segundo, da seguinte forma:
- 1.º ano – 0,75%
- 2.º ano – 0,75%
- 3.º ano – 1,05%
- 4.º ano – 1,35%
- 5.º ano – 1,65%
- 6.º ano – 1,95%
- 7.º ano – 2,25%
A partir do segundo ano, existe um prémio de remuneração que é somado à taxa de juro fixa. Este é definido através do crescimento médio real do PIB (Produto Interno Bruto) português dos últimos 4 trimestres conhecidos até ao mês anterior à data de pagamento de juros.
PPR (Planos Poupança Reforma)
Um Plano Poupança Reforma (PPR) é um investimento a longo prazo que funciona como um complemento das pensões de reforma. Este tipo de plano é oferecido por entidades gestoras de fundos de pensões ou por companhias de seguros, onde pode investir o seu dinheiro com o objetivo de obter um retorno, de acordo com a taxa de juro anual correspondente.
Na prática, o cliente deposita uma quantia determinada que escolheu poupar, seja através de um depósito inicial ou de contribuições periódicas e automáticas. Esse dinheiro será poupado e rentabilizado até atingir a idade da reforma.
Os Planos Poupança Reforma constituem um investimento de risco baixo risco. No entanto, se optar por investir em fundos PPR, esse risco é um pouco maior. Existe, inclusive, a possibilidade de o investidor perder dinheiro, mas também há uma oportunidade de obter um rendimento mais elevado.
Investir em seguros de capitalização
Os seguros de capitalização são um produto de investimento sob a forma de seguro, que têm como objetivo aumentar o valor das poupanças a longo prazo. Estes produtos são comercializados por seguradoras, mas também por outras instituições financeiras, como por exemplo os bancos.
Este tipo de investimento garante, na maioria dos casos, capital e uma taxa de retorno anual. Contudo, os elevados impostos sobre os juros obtidos acabam por tornar o produto financeiro pouco atrativo.
As taxas aplicáveis nos seguros de capitalização dependem sempre do prazo de resgate: até cinco anos, será de 28%; entre cinco e oito anos, corresponde a 22,40%; e para resgates após o oitavo ano, equivale a 11,20%.
Investir em fundos de tesouraria
Os fundos de tesouraria são os que apresentam um risco mais reduzido em relação a outros tipos de fundos. A legislação em vigor estipula que os investimentos se devem realizar em ativos que se caracterizem por uma elevada liquidez (isto é, ativos facilmente transacionáveis, sem significativos desvios em relação ao preço de avaliação).
Entre os instrumentos normalmente associados aos fundos de tesouraria encontram-se o Papel Comercial e as Obrigações com prazo de vencimento inferior a um ano.
Investir em imobiliário
O investimento nesta área desperta o interesse de muitas pessoas, uma vez que permite obter rendimentos com relativa facilidade, pelo menos em teoria.
A escolha da localização é uma etapa extremamente importante e deve ser estratégica, pois terá impacto no retorno. Se optar por comprar uma propriedade próxima de uma zona universitária, é possível que tenha inquilinos estudantes todos os anos. Se a casa estiver localizada numa zona turística, a probabilidade de ter inquilinos aumenta ainda mais.
Caso não queira adquirir uma propriedade diretamente, pode considerar a opção de subarrendamento e desempenhar um papel de intermediário entre o utilizador efetivo e o proprietário original.
Atualmente, existem várias opções de crédito à habitação que servem diferentes finalidades, entre elas o arrendamento ou o investimento imobiliário. Se preferir, poderá optar por adquirir imóveis da banca, uma vez que são vendidos a um custo inferior ao do mercado.
Investir em ações
As ações representam uma pequena parte do capital social de uma empresa. Atualmente, não é necessário ter muito dinheiro para investir na Bolsa de Valores.
A compra e venda de ações pode permitir obter rendimentos superiores a 10%, com a possibilidade de ganhar uma percentagem dos lucros de uma determinada empresa. No entanto, antes de investir o seu dinheiro, é importante escolher um bom corretor. Este atuará como corretor entre si e o mercado de valores, facilitando as suas transações.
É importante ter em consideração que o corretor receberá uma comissão baseada no valor de compra e venda das ações, e deverá ter isso em mento quando decidir investir, mesmo que o objetivo seja investir com pouco dinheiro.
Atualmente, as plataformas de investimento online são cada vez mais comuns e fáceis de usar. Entre as mais conhecidas, destacam-se a GoBulling, a Degiro e a XTB.
Fundos de Ações, Obrigações e Mistos
Os fundos de ações são o produto financeiro deste conjunto que acarreta um risco mais elevado. No entanto, quando se fala em investimento, é sempre importante ter em conta que quanto maior o risco, maior é a possibilidade de obter um retorno substancial.
O entrave maior quando se fala no investimento em fundos de ações, prende-se com a flutuação significativa de preços, num curto período de tempo. Apesar disso, esta é uma opção a considerar para investimentos a longo prazo.
Já os fundos de obrigações apresentam uma variação considerável em termos de risco e rendimento, principalmente devido à diversidade de obrigações existentes.
Além do risco de crédito associado aos fundos emitidos por empresas, os fundos de obrigações também podem ser afetados pelo risco das taxas de juro. Se as taxas de juro aumentarem, o valor das obrigações tende a diminuir, o que pode resultar em perdas financeiras para o investidor.
Uma alternativa será optar por fundos mistos, que permitem combinar características diferentes dos fundos de ações e de obrigações. Dessa forma, é possível diversificar o risco — e o respetivo rendimento —, associado a esse tipo de investimento.
Investir em start-ups
A start-up é uma empresa inovadora com um elevado potencial de crescimento e um modelo de negócio escalável com uma base tecnológica. O investimento neste tipo de empresas tem sido cada vez mais recorrente, mas existe um alto risco associado. Isto porque a maioria das empresas das empresas acaba por fechar as suas portas nos primeiros anos de vida. No entanto, como qualquer investimento, existe uma forte relação entre o risco que corre e o retorno que obtém.
Se quiser investir uma pequena quantia numa start-up, pode fazê-lo através de uma plataforma online de investimento em start-ups, como a Kickstarter ou a Seedrs. O crowdfunding de ações é o melhor exemplo para pequenos montantes de investimento em troca de uma pequena parte da empresa. Não é necessária experiência prévia e, por isso, é interessante para principiantes.