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Os erros mais comuns ao investir em REITs (e como evitá-los)

Investir em REITs pode ser um bom investimento, mas se não souberes o que estás a fazer pode se tornar exactamente no contrário.
Autor: 
João Neves
4 Nov, 2025
Mulher frustrada e irritada

Existem alguns erros que caracterizam o investidor inexperiente (e não só).

Estes erros podem ser explicados na maioria dos casos pela falta de experiência mas também pela falta de paciência em pesquisar a fundo sobre o investimento que se está a fazer.

Para tentar evitar que não caias nestes erros, enumero abaixo alguns deles para que fiques a par.

1. Escolher o REIT só pelo dividendo

O erro mais comum é escolher o REIT com o maior dividendo possível.

Quando um REIT paga muito (10% ou mais) deves desconfiar. Normalmente isto acontece porque o preço da ação já caiu ou existem outros problemas que não consegues descortinar facilmente, como dívidas, redução nos lucros ou imóveis a perder valor (lê mais aqui).

Dica: Escolhe um REIT que pague menos mas de forma estável.

Os REITs que prometem uma % muito elevada, quase sempre cortam o dividendo algures no tempo.

2. Não se informar antes de comprar

Só porque alguém disse que certo investimento “é bom”, não quer dizer que o mesmo o seja.

Homem a fazer contas numa calculadora que está em cima de uma mesa.

Como declarar os investimentos no IRS?

O que não faltam são “gurus” e “influencers” a recomendar diversos tipos de investimento que no fundo não valem grande coisa.

Deves ser crítico, no sentido de perceber e analisar porque determinado investimento faz sentido.

Como já deves ter percebido, os REITs são empresas reais, com relatórios, imóveis, inquilinos, dívidas e riscos.

Dica: Antes de investir, informa-te sobre a empresa: o que faz, onde estão localizados os imóveis e quem são os clientes.

Se não conseguires perceber como a empresa ganha dinheiro, não deverias comprar.

3. Não prestar atenção às taxas de juro

Uma das fontes de financiamento dos REITs são os empréstimos bancários. Quando as taxas de juro sobem, os custos aumentam e o lucro da empresa pode descer.

Recentemente, em 2022 e 2023 aconteceu isso mesmo, quando houve um grande aumento das taxas de juro pela FED e pelo BCE (Quantitative tightening (QT)), como medida para travar a grande subida da inflação (lê mais aqui).

Dica: analisa a “estabilidade” das taxas de juro antes de investires

4. Ignorar a dívida

Este ponto vem no seguimento do anterior.

Os REITs usam dívida para comprar imóveis. Até aqui tudo normal. Os problemas surgem quando uma determinada empresa tem dívida “a mais”.

Dica: Analisa o rácio LTV (Loan-to-Value). Se o valor for acima de 80%, é sinal de que o risco do investimento é alto.

5. Não perceber o tipo de REIT

Nem todos os REITs são iguais. Há REITs para “todos os gostos e feitios”. Existem REITs que se especializam em centros comerciais, outros em hospitais, hotéis, data centers, e muitos mais.

Quando há uma crise, cada um deles reage de maneira diferente:

  • Os REITs de hotéis sofrem quando há uma quebra no turismo
  • Os REITs de escritórios sentem o impacto do teletrabalho (recentemente no COVID)
  • Os REITs de data centers estão a crescer com a inteligência artificial e a cloud

Dica: Antes de investires, analisa bem o mercado em que o REIT se insere.

Neste momento, os REITs de data center poderão ser uma boa escolha, devido à procura exponencial de data centers por causa do crescimento da Inteligência Artificial e da Cloud (lê mais aqui).

Ler mais: Conheça os 5 melhores REITs para investir e que pagam dividendos mensais

Em resumo

Os REITs são uma boa forma de investir em imobiliário (sem precisares de comprar um imóvel) mas é preciso analisar e estudar a empresa na qual estás a pensar investir.

Não deves comprar “só porque tem um grande dividendo” ou porque alguém disse que era um investimento “espetacular”.

Os REITs podem ser uma fonte de rendimento sólida e geralmente os melhores REITs, são aqueles que continuam a pagar, ano após ano, mesmo nos mercados mais adversos.

Referências:

João Neves
João Neves, licenciado em Comunicação e Multimédia e pós-graduado em Audiovisual, investe desde 2019. O investir.pt é o seu espaço para simplificar o mundo financeiro e mostrar que investir é algo ao alcance de todos.