Pretende tirar alguma rentabilidade com algum tipo de investimento ou poupança a curto prazo? Se a sua resposta é sim, mas não sabe como o fazer, conheça algumas soluções sem risco de perder dinheiro e que lhe permitem utilizar o seu dinheiro num espaço reduzido de tempo, que pode variar entre os três meses e os dois anos.
Precisa de comprar um carro novo? Está a pensar em tirar umas férias para um merecido descanso? Planeia economizar um pé-de-meia e reservar esse dinheiro para uma situação de emergência que possa surgir? Independentemente das suas necessidades, há várias soluções disponíveis no mercado financeiro que pode avaliar. Nesse sentido, se tem algum dinheiro extra ao qual possa investir a curto prazo, conheça algumas opções disponíveis no mercado.
Investimentos a curto prazo, são ativos que estão disponíveis no mercado financeiro e que podem ser convertidos em dinheiro ou vendidos num espaço reduzido de tempo. Na prática, esses investimentos a curto prazo permitem que os titulares possam aplicar dinheiro durante um período que normalmente varia entre três meses a dois anos. Em alguns casos poderá chegar aos três anos. Regra geral, titulares que procuram este tipo de investimentos a curto prazo, irão precisar de utilizar o dinheiro logo após o término da aplicação financeira.
Dicas para investimentos a curto prazo
Há vários fatores a levar em consideração antes de investir em soluções a curto prazo. O primeiro tem que ver com o nível de conhecimento e tempo, pois os investidores a curto prazo têm que supervisionar de perto todas as oscilações de preço. O segundo fator que os investidores a curto prazo têm que ter em mente, é que esse tipo investimento apresenta um custo mais elevado em virtude dum alto número de transações, e as respetivas taxas de comissão. Um terceiro fator, é a análise ao perfil de investidor mais indicado para si. Não esquecer que os impostos e a inflação também têm peso no retorno obtido.
Ainda assim, o investimento a curto prazo oferece alguma vantagens e flexibilidade ao investidor. O investimento a curto prazo não tem tantos riscos porque o dinheiro investido por transação é menor. Os investidores poderão obter lucros mais elevados num espaço de tempo mais curto. Além disso, o investidor a curto prazo não precisa esperar o vencimento do título para obter dinheiro. Por outro lado, os investimentos de longo prazo podem ser liquidados com a venda no mercado secundário, mas o investidor ganha menos. Nesse sentido, tenha em consideração os seguintes pontos de forma a escolher o investimento que melhor se adequa às suas necessidades:
- Elevado retorno financeiro do seu investimento- a liquidez do seu investimento tende a ser mais rápida e fácil de recuperar. Por exemplo, o mercado de imóveis têm baixa liquidez, porque demoram muito mais tempo a vender. Aplicações e depósitos a prazo oferecem um retorno financeiro mais rápido e mais fácil.
- Segurança do investimento a curto prazo- neste ponto seria sensato optar por um perfil de investidor conservador e executar investimentos em produtos conservadores, pois este tipo de produtos financeiros protegem o seu capital e evitam o risco de perder grande parte do seu dinheiro sem ter tempo de o recuperar.
- Rentabilidade- os investimentos com taxas fixas são os mais indicados para investimentos a curto prazo.
Em última análise, os investimentos a curto prazo deverão ser aplicados em soluções financeiras que tenham um retorno financeiro rápido, fácil, seguro, e que seja possível recuperar num espaço de tempo mais curto.
Onde investir a curto prazo?
1- Certificados de Aforro
Os Certificados de Aforro estão em voga nos últimos tempos, e tem conquistado cada vez mais titulares. Porém, o Estado Português anulou os Certificados de Aforro da Série E que era bem mais vantajosa para os seus titulares. Pode consultar este artigo que explica detalhadamente as taxas que os Certificados de Aforro da Serie E ofereciam. Desta feita, o Estado Português emitiu uma nova série de Certificados de Aforro, a Série F, mas que são menos vantajosos para os titulares.
A taxa de juro máxima para os novos Certificados de Aforro da Série F não vai além dos 2,37%. Desse modo, os titulares que investem nestes Certificados de Aforro terão de esperar mais de três anos para receberem o mesmo montante de juros que receberiam anteriormente com Certificados de Aforro da Série E. E isto se a Euribor a 3 meses não baixar dos 2,5%.
Os Certificados de Aforro são empréstimos das famílias portuguesas ao Estado e são produtos de capitalização trimestral, ou seja, todos os juros obtidos trimestralmente são novamente aplicados para renderem mais juros. A principal vantagem dos Certificados de Aforro é a sua segurança, tendo em conta que o risco de não haver retorno é muito reduzido. Dificilmente o Estado entrará em falência.
É verdade que não são necessariamente um produto de curto prazo, ainda assim, os Certificados de Aforro podem ser subscritos a partir de três meses. Logicamente que quanto maior o tempo de subscrição, maior é a sua rentabilidade. Além disso, apesar desta nova Série F oferecer uma taxa de juro mais baixa que a Série E, a verdade é que ainda consegue oferecer uma liquidez interessante.
2- Depósitos a prazo
Os depósitos a prazo ainda são a forma de poupança mais utilizada pelas famílias portuguesas. Podem ser uma solução interessante para quem pretende investir por um período de até dois anos. É certo e sabido que os depósitos a prazo não têm grandes riscos associados, são fáceis de subscrever nos bancos e garantem capital. Os melhores depósitos a prazo até dois anos, oferecem juros perto de 1% e os montantes exigidos para este tipo de depósitos podem começar nos mil euros.
Se porventura tiver um montante mais elevado para investir neste tipo de poupança, pode tentar negociar com o banco uma taxa mais elevada. Com a corrida aos Certificados de Aforro por parte das famílias portuguesas, a banca começou a oferecer taxas um pouco mais altas para este tipo de investimentos. Alguns exemplos das taxas oferecidas pela banca portuguesa estão elencadas neste artigo. Este tipo de investimentos tem a vantagem de lhe enviar os juros obtidos para a sua conta à ordem. Os depósitos a prazo têm cobertura do Fundo de Garantia de Depósitos, que cobre o capital e os juros até um valor máximo de 100 mil euros.
3- Depósitos à ordem
Pode parecer um contra-senso, mas uma simples conta à ordem até pode ser a melhor opção para fazer um investimento a curto prazo. Embora os depósitos a prazo possam oferecer taxas de juro um pouco mais elevadas, a verdade é que essas regalias não estão acessíveis a todos. Uma boa parte dos titulares têm pouco dinheiro para se beneficiarem das taxas de juros mais elevadas em depósitos a prazo. Dessa forma, com taxas inferiores a 0,5% ou menos, pode não fazer sentido fazer depósitos a prazo, e optar pelos depósitos à ordem não é uma solução tão descabida. Tudo irá depender do valor que tem para investir e quais as condições desejadas. O ideal é procurar as melhores taxas e nunca aceitar depósitos com uma rentabilidade líquida ou inferior à inflação. Caso não consiga boas condições, um depósito à ordem pode ser suficiente para as suas necessidades.
4- Fundos de investimento: Obrigações
Outro produto disponível para investimentos a curto prazo, são os investimentos em obrigações por intermédio de fundos de investimento. Dito de uma forma simples, uma obrigação é um produto financeiro que permite ao investidor emprestar dinheiro a uma entidade emissora. Em troca da posse de um título, os credores recebem juros, também chamados de taxa de cupão. É uma forma de empréstimo. O comprador de uma obrigação é, por definição, o credor, enquanto o emissor é o devedor.
Embora não tenham uma rentabilidade fixa ou garantida, tendo em conta a inexistência de taxas de juro, a vantagem mais evidente de uma obrigação é o facto de ser um investimento relativamente seguro. As obrigações podem ser rentáveis de duas maneiras. Primeiro, se a possuir até a data de vencimento, receberá o valor nominal. Antes dessa data, receberá pagamentos de juros (o cupão). Em segundo lugar, pode se beneficiar vendendo a sua obrigação a um preço mais alto do que o comprou.
5- Papel comercial e obrigações de curto prazo
Por fim, o mercado de investimentos oferece produtos financeiros como papel comercial e obrigações de curto prazo. O papel comercial é um instrumento de financiamento de curto prazo utilizado e emitido por empresas que se baseia no reconhecimento de um crédito comercial pelo devedor, que surge da atividade comercial e implica um direito de cobrança por parte do cliente. O motivo da emissão de papel comercial é conceder ao devedor um prazo mais longo para pagar a dívida comercial. Basicamente, consiste em empréstimos de curto prazo a empresas ou sociedades financeiras. Estes instrumentos financeiros costumam ser boas alternativas de investimento para que quer investir os seus fundos com um risco baixo. Apesar disso, estão restritas a investidores com montantes mais elevados.
Qual escolher?
Em conclusão, se está a pensar em alguma solução de investimento a curto prazo, considere as soluções mais indicadas para investir. Dessa forma irá obter algum retorno financeiro. Para investir em alguns dos produtos financeiros supracitados, não necessita de aplicar uma grande quantidade de dinheiro. Seja como for, o mais importante é analisar bem todas propostas disponíveis, bem como a sua situação financeira, antes de tomar alguma decisão de investimento, quer seja com muito ou pouco capital.